Capitulo V
De volta a Paris.
Fui
para um hotel, não quis voltar a república, deixei minhas coisas e sai para ver
a cidade, passei em vários lugares, no Louvre me lembrei de Joenne. Já ia
voltando pro hotel quando vi sentada num café uma mulher linda e familiar.
Resolvi
sentar-me e observar. Pedi um café. O dia estava um pouco frio, peguei uma
revista sobre vinhos que tinha comprado e comecei a folhear pra não dar na
cara, olhei pra ela de novo então me lembrei, a moça que olhava o relógio. Hoje
ela estava com olhar triste, meio vazio, mas tinha olhos lindos eram azuis, seu
cabelo era castanho, ali sentada parecia ter um corpo franzino, ela tomava um
chá, parecia perdida em seus pensamentos, então uma lagrima caiu pelo seu
rosto.
A
não! Pensei, uma mulher tão linda não mercê chorar. Eu tinha que fazer algo,
peguei meu mapa, pus sobre a revista olhei-o por alguns segundos então fui até
ela.
- Desculpa será que você pode me
ajudar, eu quero ir até a vinícola...
Interrompi
a fala quando ela olhou pra mim limpando o rosto. Então disse:
-Me
perdoe, eu não queria te incomodar.
-Não,
que isso tá tudo bem, eu só estou me sentido um pouco só.
-Olha
eu não costuma conversar com estranhos mas como eu estou meio perdida talvez a
gente posso fazer companhia uma a outra.
Ela
me olhou com uma cara meio estranha.
-Ahh!
Me desculpe, meu nome é Jack, sou brasileira, esse meu jeito é meio esquisito
né?!
-Não
que isso...mais ou menos, é que eu não tinha reparado que você... enfim.
-Deixa
pra lá, posso me sentar com você, é... qual seu nome mesmo?
-
É Sophia.
-
Lindo nome Sophia, posso me sentar.
-Claro.
-Bom
como eu ia dizendo eu quero visitar um vinhedo e preciso de ajuda, talvez você
conheça algum, ou quem sabe uma guia que possa me ajudar.
-
Guia?!!?
-
Os homens tem uma tendência a não gostarem de pessoas como eu. -falei num tom
de brincadeira.
Ela
sorriu, que sorriso lindo.
-
Você gosta de vinhos? –Ela me perguntou.
-Não
sou uma conhecedora, nem sou de beber também mas gosto de um bom vinho e de uma
boa companhia. Já que estou aqui gostaria muito de conhecer um vinhedo. Dizem que
a França tem vinhos excelentes quem sabe eu não compro um pequeno château por
aqui.
Percebi
que ela me olhava intensamente. Parecia que ela buscava algo em mim.
-
Mas e você, Sophia, gosta de vinhos?
Ela
ficou me olhando enigmática. Como eu queria saber o que ela estava pensando.
-Amo,
e quer saber tem um château perto de Dijon, ótimo. Eu conheço a dona dele, eu
estava pensando em passar uns dias lá com meu noivo mas ele não vai poder ir,
então se você quiser pode ir comigo, não costumo viajar com estranhos, mas ela
quer vender quem sabe você não o compra.
-
Seria ótimo, como você conhece a região pode me mostrar tudo, eu adoraria, isso
se não for incomodar.
-Não
eu preciso mesmo de novos ares. Então vamos amanhã bem cedo
-
Claro, quanto tempo até lá?
-
Umas três horas de carro, mas a paisagem compensa.
Passei
para ela o endereço do hotel onde estava, e pedi o número, combinamos de
sairmos as oito da manhã no carro dela, me despedi dando-lhe um beijo no rosto
e voltei pro hotel.
Eu
sabia que estava me arriscando, não a conhecia, mas ela também não me conhecia.
Entrei on-line e fui pesquisar sobre o lugar que ela falou, em uma das fotos do
lugar aparecia uma vinícola com seus donos e uma menina que se parecia com ela.
Pesquisei mais um pouco sobre a família e, achei.
Sophia
Bertrand, família Bertrand produtores de vinho, achei rapidamente seu Facebook
e a adicionei. Logo ela entrou.
-
Cmo vc me achou?
-Foi
bm smples.me add aí.
-tá.ñ
tem foto?
-Apaguei,
preciso de novas.rsrs
-vai
ter muits.rs
-tomará,bijos,
até amanhã.
-até.
Fiquei
off, fui olhar suas fotos, viu o tal do noivo, tinha cara de playboy, era
inglês. O que ela viu nele...aff. Sai do face, fui ver os e-mails. Dessa vez Clar
deixou um recado que estava bem mas a Mary não queria deixar ela entrar na casa
para pegar as coisas dela, mas que ela só queria os documentos que ela ia dar
um jeito. Respondi dizendo pra ela ter cuidado, me manter informada, que eu
iria ver uma vinícola perto de Dijon, e que manteria contato.
Não
quis sair mais aquele dia, fui descansar, liguei a tv, acordei no meio da noite
com uma baita dor de cabeça e toda suada. Pesadelos de novo. Tomei uma ducha
pra relaxar um analgésico e fui dormir, de novo, afinal a viagem ia ser longa.
Sete
da manhã levantei, arrumei as coisa, fiz um lanche, as oito em ponto lá estava
ela. Fechei a conta do hotel então partimos.
O
caminho até a vinícola era lindo, ela estava muito falante, me explica sobre os
lugares por onde passávamos, indicava onde poderia comprar isso ou aquilo caso
comprasse a vinícola, e eu não conseguia me concentrar em, só me ligava
naqueles olhos azuis e na sua boca, lábios que pareciam ter sido desenhado a
mão, aquele tipo de boca que dá vontade de beijar....
-
Ei acorda, eu estou falando com você!!
-hen,
ahh, desculpa, eu “viajei na maionese”.
-O
que?!
-
Me perdi nos meus pensamentos, nada demais. Desculpe-me.
-Eu
falo demais né!
-Não,
que isso você, e mara...muito gentil.
-Olha
Jack, eu tenho que te dizer que menti pra você, mas não é nada demais.
Pensei....vou morrer, se bem que ela é
linda, pode me matar toda hora. Ela continuava a falar.
-
A vinícola não é de uma amiga, é minha.
-
A tudo bem eu já sabia.
-Como
sabia?!
-
Vi na internet, a foto da sua família.
-Não
acredito, eu to horrível naquela foto, a meu Deus.
Comecei a rir e ela também.
-Que
isso tá uma fofinha. rsrsrsrs
-Já
pedi pro meu pai pra tirar aquela foto, mas ele é teimoso.
-Deixa
pra lá...mas me diga porque você quer vender sua vinícola.
Vi
seu olhar entristecer.
-
É que...meu noivo...
-Me
diga, ele é que quer vender?
-Não,
e... e que eu não quero vender adoro isso tudo aqui, mas ele quer morar em
Londres e não gosta do campo, ele nunca veio aqui em cinco anos e acho que
nunca vai vir.
-
Entendi, então você vai abrir mão do que gosta por causa dele, isso que é amor!!
-Eu
não quero só vender, quero alguém que cuide de verdade, aquela vinícola está na
minha família a gerações, e eu tenho que ficar perto dele se não vou perde-lo.
-Ah
tá- falei baixinho.
-O
que não ouvi.
-EEE,
vamos parar um pouco pra fazer um lanche, esticar as pernas você já está
dirigindo a duas horas.
-Vamos
logo a frente tem um lugar ótimo.
Paramos
num posto, que ficava bem perto de um château, fiquei um bom tempo olhando
aquela construção, toda de pedra no meio de um campo gramado verdinho, não sei
por que, me senti num déjavu, era como se eu já estivesse estado naquele lugar
antes.
-
Eiii, acorda, vamos.
-
Ahhn, a tá vamos, você quer que eu dirija um pouco ?
-
Quero sim, não gosto muito de dirigir.
Dirigi
o resto do caminho, ela continuou a falar sobre os lugares por onde passamos,
pouco antes de Dijon saímos da auto pista e seguimos por um vilarejo pequeno,
pouco tempo depois e chegamos ao vinhedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário