Capitulo VIII
Paris.
Muitos
a chamam de Cidade Luz, uma cidade charmosa, romântica, muita gente adoraria
estar ali agora. Lembrei-me dela, desta vez uma lembrança leve, doce, o dia que
a conheci...
Belo
Horizonte, alguns anos antes...
“Dá vontade de gritar ♫
♬ Quando ponho os pés onde você
pisa
Fecho os olhos pra não ver você passar
O tempo e o vento vão me levar pra
longe daqui
(E tento não
enxergar você ♪
Invento mil coisas pra esconder) ♩
Acelerada vontade de te ter aqui “- Fabíola Porto
O
bar estava cheio, era um lugar muito gostoso de estar. Estava com meus amigos,
a gente sempre ia ver o show dessa banda, o Bel, meu amigo sempre dizia, “elas
estão onde o Elas está”, e no fundo ele tem razão. O papo estava aminado, uma
música melhor que a outra, belas mulheres, um olhar daqui, um sorriso dali,
então.
-
Olha, Jack, a morena que tá chegando.
Me
virei devagar, ela parecia andar em câmera lenta, que sorriso, cabelo castanho
pouco abaixo dos ombros, vestido preto de alcinha, seus olhos cruzaram os meus,
ela sorriu, e eu pastel, fingi que não era comigo, levantei o braço chamando o
garçom, que estava próximo a ela.
-Que
isso, tá doida Jack, a garoto te deu maior mole.
-Calma
garoto, deixa eu ver o que rola vai que ela tem namorada. Se eu der um fora não
consigo nem o número do telefone.
Ela
estava sozinha, se sentou em uma mesa perto da nossa, nossos olhares se
cruzavam de vez enquanto, algumas meninas tentaram se aproximar sem sucesso depois
de alguns minutos arisquei um sorriso ela correspondeu, resolvi investir.
-
Oi, boa noite, desculpa te incomodar mas meus amigos ali acham que você não é
daqui, então pra acabar com a dúvida cruel deles, eu resolvi te fazer essa
pergunta, você não é de BH é?
Ela
sorriu.
-E
porque você acha que eu vou dizer pra uma estranha de onde eu sou.
-Bom,
permita eu me apresentar meu nome é Jaqueline, mas meus amigos me chamam de
Jack, agora eu não sou tão estranha, viu.- Disse sorrindo.
-Muito
espertinha você, néh.- ela disse sorrindo.
-Você
tem um sorriso lindo sabia, tá me deixando completamente boba...Não sou esperta
não, você tá me enrolando e não respondeu.
-Sou
de São Paulo, tem pouco tempo que estou aqui.
-Então
você está sozinha?!
-Combinei
com uns amigos, mas eles estão demorando.
-Já
que agora não sou uma completa estranha deixa eu te apresentar meus amigos aí
você fica com a gente até seus amigos chegarem.
-Ahh,
melhor não.
-Que
isso eu juro que eu não mordo, vamos.
-Tá
bom!
-Só
falta uma coisa, você me dizer seu nome.
-É,
Camila.....
O
telefone toca me trazendo de volta a realidade.
-Alô.
-Jack,
é a Sophia, olha me desculpa mas eu vou me atrasar um pouco, o Antoni quer vir
conversar comigo hoje ainda, e eu até acho que é melhor assim.
-
Tudo bem, eu liguei pra Clar e ela tá vindo pra cá, eu quero conversar com ela
então mais tarde quando ele sair daí você me liga.
-
Será que eu não vou atrapalhar sua conversa.
-Não,
que isso, me liga pra gente se ver.
-Tá
bom então, beijo tchau.
Era
final de tarde, resolvi tirar um cochilo até a Clar chegar. Estava tão cansada
que adormeci rapidamente, e sonhei com ela...
.....Estava na varanda da nossa casa
ela chegou por trás e me abraçou.
-Por
que está tão triste.
-Sinto
sua falta Camila.
-Vem.
Ela
me puxou para dentro, parecia que eu estava em casa de novo, entramos no quarto
e ela já veio me beijando, parecia tão real, seu perfume, o gosto do seu beijo,
virei-a de costas para mim, comecei beijando seu pescoço, sentia o calor do seu
corpo entre meus braços, meu corpo refletia o momento mágico, foi tomada por um
desejo incontrolável de matar toda saudade que tinha dela, minhas mãos
percorriam seu corpo ao mesmo tempo que minha boca procurava saciar a sede
pelos seus beijos, nossos corpos nus pareciam um só, pude sentir como se fosse
real, sugava seus seios um após o outro, sentia seu sexo quente e úmido
encostar em minha pele, seus gemidos eram fortes como na primeira vez, seu
corpo se encaixava perfeitamente no meu, dois corpos quentes, trêmulos, o
coração acelerado, as mãos entrelaçadas, a respiração acelerada, culminando num
êxtase profundo, intenso.
-
Por que Camila?
-Porque
era a hora, meu anjo.
-
Me sinto tão só.
-Não
seja tão dura com você mesma, tudo acontece como tem que ser, viva seja feliz.
-
Não posso amor mais ninguém, amo você.
-Como
pode ter tanta certeza, se você não dá chance para que outra pessoa entre em
sua vida, nossa história foi linda, mas eu estou deste lado agora. Viva meu
anjo, seja feliz, um dia nós nos encontraremos de novo.
-Camila.
-Adeus,
meu anjo...
Quase
pulei da cama, meus olhos já estavam cheios d´água, foi tão real, devo ter
ficado ali por uma hora só chorando, como?!! Eu não achava explicação, estava
triste, muito triste mas no fundo do coração sentia que de alguma forma ela
queria que eu deixasse tudo isso pra trás, então, do nada Sophia me veio à
cabeça. Balancei a cabeça como se quisesse colocar as coisas no lugar, corri
pro banheiro pra tomar uma ducha, tinha que conversar com a Clar, agora eu
queria acertar as coisas o mais rápido possível, não queria perder nem mais um
minuto.
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